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HORIZONTE, DE O BOTICÁRIO

Perfumart - resenha do perfume O Boticário - Horizonte

O perfume Horizonte foi lançado em 2020 e faz parte da coleção BotiCollection, que traz os clássicos da perfumaria do Boticário reunidos em uma única marca, tais como Anni, Thaty, Portinari etc. A ideia aqui foi inserir uma nova fragrância ao portfólio. Eu fiz um post lá no Instagram, quando recebi este perfume, e você pode conferir clicando aqui.

A fragrância de Horizonte foi criada pela perfumista Verônica Casanova Marano, da IFF, que também é responsável por grandes sucessos de O Boticário, como Accordes e Uomini, ambos da década de 90. A composição é amadeirada-fougère e traz de volta o estilo olfativo dos clássicos masculinos de décadas passadas, como Tsar, Jaguar for Men etc.

Horizonte possui notas de bergamota, folhas de figo, pimenta preta, agulhas de pinheiro, limão, gálbano, mandarina e toranja, na saída. Em seguida, o corpo revela notas de alecrim, folhas da árvore de cedro, cipreste, lavanda, patchouli, cashmeran e madeira de cedro. Por fim, a base carrega sândalo, benjoin, couro, vetiver e almíscar.

Na pele, a fragrância se destaca pela combinação entre os tons aromáticos e amadeirados. A saída traz muito teor balsâmico do pinheiro em contraste com o adocicado da mandarina e o verde das folhas de figo. O gálbano, conhecido por suas nuances amargas, não me incomodou aqui.

Em poucos minutos, o corpo traz bastante lavanda (nota essencial nos fougères), um delicioso alecrim e, mais importante de tudo, uma nota de caxemira bem ambarada, que confere suavidade. E por mais que o benjoim esteja lá no fundo, seu efeito adocicado exala do início ao fim, oferecendo uma personalidade mais moderna à fragrância.

A performance é exemplar e Horizonte se mostra um perfume old school de fácil uso e bastante versatilidade. E mais do que isso: dá opção para quem, hoje, tem mais de 45 anos, viveu a era de ouro da perfumaria mundial no meio da globalização e não encontra mais opções no mercado que não sejam doces demais, chamativas demais, moderninhas demais e sem a sobriedade e a elegância atemporal a que este tipo de fragrância remete.

Quando essa geração se for, talvez esse tipo de fragrância não seja mais necessária no mercado. E mesmo assim, ainda tenho minhas dúvidas quanto a isso.


 

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BORRIFANDO CONHECIMENTO HÁ ANOS. Crítico de fragrâncias, jurado de premiações nacionais nas categorias de perfumaria fina e cosméticos masculinos, além de consultor particular de estilo em fragrâncias e criador do Perfumart, maior blog especializado no assunto.

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