La Violette Eau de Parfum foi lançado em 2022 e faz parte da Coleção Fleurs Éternelles (Flores Eternas), que presta um tributo às flores eternas da alta perfumaria. São três fragrâncias, todas em Edição Limitada, nas quais os protagonistas são ingredientes inesperados, repletos de simbolismo e personalidade: a violeta, o narciso (La Jonquille) e o hyssopo (L’Hysope).
Obviamente, o conceito criativo de La Violette gira em torno da violeta, uma flor símbolo de ternura e mistério, que carrega consigo uma aura de delicadeza e charme, com sua fragrância sutil e marcante. Há algo de misterioso em seu aroma, que evoca tanto suavidade quanto profundidade, equilibrando o efêmero e o eterno. Na perfumaria, não só a flor, como também suas folhas, são celebradas por suas nuances levemente frescas e atalcadas, cheias de singularidade e capazes de conferir um toque nostálgico e elegante às composições.
La Violette foi, para mim, paixão à primeira cheirada! Eu já declarei, em outras resenhas que publiquei, meu carinho por fragrâncias que trazem a flor da violeta com mais evidência, pois me fazem recordar o perfume português que o meu avô materno usava. Pura memória olfativa!
Desta vez, La Violette traz muito dessas memórias e toca a pele com uma abertura fresca e luminosa de pera e mandarina, trazendo uma doçura suavemente cítrica e, ao mesmo tempo, suculenta e crocante. No coração, o protagonismo é da violeta em harmonia com a rosa, que reforça a delicadeza da composição. Aqui, a cor é roxa e a floralidade é delicadamente unissex, mesmo para aqueles homens mais preocupados com gêneros na perfumaria.
A base é sofisticada e reconfortante, com patchouli, âmbar, cedro e musk, oferecendo um acabamento envolvente e duradouro. Com o passar das horas, esse âmbar começa a exalar e, junto com o musk, adiciona um efeito de sensualidade à inocência da violeta.
La Violette tem um lado tradicional que condiz com a proposta de homenagear as flores eternas da perfumaria francesa e, por esse motivo, carrega características hoje vistas como datadas. Mas isso é só para quem não aprecia a perfumaria e, sim, as modinhas das redes sociais.
Para mim, La Violette é uma obra-prima em sua simplicidade: discreta, mas capaz de cativar com sua autenticidade. Ainda que tenha uma projeção moderada, gruda na minha camisa toda vez que uso e é um verdadeiro must-have para os amantes de fragrâncias florais que valorizam sofisticação e elegância atemporais. Comprem um frasco enquanto puderem!
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