Este Pure Parfum Extrait, vendido em concentração de 25% Perfume Oil, foi lançado em dezembro de 2016, mas sua venda mundial está prevista para novembro de 2017. Isso ocorreu porque a fragrância, que levou cerca de dois anos para ser desenvolvida, foi trabalhada em colaboração exclusiva com a Perfumaria Quality Missala, uma das mais importantes perfumarias da Europa e distribuidora de grifes do mercado de nicho, na Polônia. Por conta dessa parceria, a empresa ganhou o direito de comercializar a fragrância, com exclusividade, um ano antes dos demais mercados.
O nome Warszawa presta homenagem à Varsóvia (em Língua Inglesa, Warsaw) e a fragrância foi inspirada pela classe e elegância das mulheres polacas e pela rica história de Varsóvia, relembrando o glamour de uma época, na qual roupas, joias e perfumes faziam da mulher um objeto de desejo e admiração (sem sexismo implícito).
Warszawa possui notas de gálbano, toranja, folhas de violetas, absoluto de jasmim, absoluto de giesta, manteiga de íris, patchouli, vetiver e estoraque.
Ao tocar a pele, Warszawa nos transporta para uma outra época, na qual casacos de pele, brincos de pérolas e luvas mostravam poder e posição social. Por mais incorreto que nos pareça hoje, algumas imagens e ações foram importantes para o mercado e para o comércio, de forma geral. Por exemplo, o simples ato de fumar um cigarro já foi visto como algo refinado e glamoroso. Por esta razão, os ditos “filmes de época” ainda fazem sucesso e mexem com o imaginário de muitas pessoas.
A fragrância de Warszawa vai ao encontro desse lugar – escondido na fantasia de muitas mulheres –, recuperando a sensualidade e a feminilidade adormecida, em meio a tantos lançamentos sem graça, sem brilho e sem cor, que a perfumaria moderna continua nos apresentando. Temos, aqui, um potente chipre floral e frutado, no qual o absoluto de jasmim exala, de forma impiedosa, entre nuances frutadas (toranja) e verdes (gálbano e vetiver). Contudo, na minha opinião, o grande segredo desta composição vem da giesta (Spartium Junceum), com suas facetas luminosas e florais, que lembram flor de laranjeira em um instante, e mel, logo em seguida.
O perfumista por trás de Warszawa é Antoine Lie, também responsável pelas fragrâncias de Puredistance Black e Puredistance White. Ele teve, como pano de fundo, os acordes de Nocturne Nº. 20 (de Chopin) e conseguiu criar uma fragrância mutante e de elegância atemporal, que parece exalar de formas diferentes em cada ponto de aplicação. Por vezes, evolui para um cheiro de sabonete luxuoso; em instantes, ganha nuances cremosas e atalcadas, que exalam por horas sobre a pele.
Warszawa corresponde ao gosto de mulheres que carregam paixão por chipres-florais dos anos 80 e 90, como Amarige (Givenchy) ou Yvresse (YSL). Aqui, a sofisticação tem forma de vestido de veludo, cabelos presos, maquiagem discreta e entrada triunfal pelos salões. Um perfume especial para mulheres mais exigentes!
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Bela resenha para um super perfume. A vontade de tê-lo é imediata,rsrs. Você acha compartilhável? Parabéns!! Abs.
Oi Jonas!
Sinceramente, não acho. Como sabemos, perfume não tem gênero, mas este aqui é um exemplo claro de fragrância feminina. É claro que pode ser usada por homens, assim como Amarige ou qualquer outro floral. Mas acho que Opardu, por exemplo, é muito mais compartilhável. Procuro usar o termo “compartilhável” nas minhas resenhas, quando não enxergo qualquer barreira de gênero. Neste caso, pode até não ser comercializada como “unissex”, que eu informo mesmo assim. É preciso ter uma atenção constante com a informação que transmito, independente do meu gosto pessoal para perfumes. Espero ter ajudado.