Tanagra é o nome dado às antigas estatuetas feitas de terracota e criadas pelos gregos para reproduzirem a beleza de mulheres e crianças. O perfume foi criado, originalmente, em 1922. Seu frasco trazia uma pequena estatueta como tampa e era decorado com uma faixa grega. Foi desenhado por Lucien Gaillard, assim como aconteceu com Pourpre d’Automne.
A nova versão foi lançada em 25 de novembro de 2018 e contou, mais uma vez, com o talento da perfumista Nathalie Lorson (que também assina as outras três fragrâncias de relançamento). Sua composição lista notas de mandarina, pera e frésia, abrindo caminho para um corpo floral de jasmim, rosa, íris e peônia, sobre uma base de vetiver, cedro e cashmeran almiscarado.
Tanagra é um tributo à beleza e, sobretudo, à feminilidade. Respeita as tradições da Maison Violet e, em razão de seu lançamento, 20% da renda obtida com as vendas é repassada para a associação Solidarité Femmes, já que o dia 25 de novembro é considerado o Dia Internacional da Eliminação da Violência Contra as Mulheres.
O conceito de uma fragrância suave, que traduz a sensação de uma segunda pele, foi trabalhado pela perfumista através das nuances polvorosas da íris, da sofisticação da caxemira e da beleza da rosa.
Quando toca a pele, Tanagra parece não respeitar a ordem da composição e a íris se apresenta com toda potência que lhe é peculiar, com seus tons secos e que, muitas vezes, lembram o cheiro de maquiagem. Só então, um leve aroma de pera surge, ao mesmo tempo em que a saída atalcada diminui. E lá vem a mandarina, trazendo suculência cítrica e puxando as nuances de jasmim, levemente adocicadas, para o centro das atenções. Temos, aqui, um floral-frutado.
A evolução continua suave e sutil, até que o lado terroso do vetiver começa a se tornar mais presente e nos mostra uma outra faceta de Tanagra, cheia de flores e madeiras. Sinto o perfume da peônia e parece que um caixote de transportar flores pegou chuva e a madeira ainda está úmida. Então, passamos a ter um floral-amadeirado.
Tanagra é, sobretudo, cheio de ternura. É um perfume refinado e intimista, que me revela uma força disfarçada de fragilidade. É perfeito para quem gosta de experimentar fragrâncias feitas com íris e, embora preste homenagem às mulheres, pode ser usado por homens sem grandes problemas. A duração é muito boa e a fragrância é bastante balanceada, o que resulta em uma certa versatilidade, embora eu tenha gostado mais de usá-la em dias chuvosos e mais frescos.
Como dizem na Maison Violet: “Se a beleza existe apenas na diversidade, sua fragrância pode se orgulhar de ser única”.
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