O perfume Cologne Bleue foi lançado no final de 2018, juntamente com a chegada do verão. Não se trata de uma edição limitada (Summer Edition), mas o momento foi muito propício, pois se trata de uma fragrância cujo conceito criativo foi transmitir puro frescor.
Desta vez, a marca não abriu muito o conteúdo da pirâmide olfativa e descreveu a composição como um mix de cítricos, néroli, aldeídos e musk. Porém, consegui obter algumas informações com o perfumista e criador da empresa – Fábio Condé – que, de forma positiva, me chamou de “nariz safado” (risos). Afinal de contas, afirmar que um perfume de extremo frescor tem cítricos e não desvendá-los é, praticamente, um crime.
Cologne Bleue tem, em seu acorde cítrico, um belo mix de bergamota, yuzu, lima e gengibre, entre outras notas. E aqui, deixo meu primeiro comentário: quem gostava da saída do extinto Armani Code Sport Athlete, irá gostar muito desta criação.
Na pele, a fragrância possui uma saída cítrica explosiva, na qual a bergamota reina por cerca de 10 minutos. Então, temos acidez, frescor e um toque bacana de naturalidade despretensiosa, que não tem sido fácil de encontrar com tantas restrições e moléculas sintetizadas nesse mercado.
O tempo passa, o néroli permeia por toda a evolução e Cologne Bleue perde potência, ainda que tenha grande durabilidade para um perfume de construção tão volátil. E aqui, deixo meu segundo comentário: se você busca uma bomba de projeção e fixação, esta não é a sua fragrância.
Na minha interpretação, Cologne Bleue faz par com Chypre Clair, sendo este último um pouco mais feminino, se é que devo rotular algo por aqui. E o que percebo, mais uma vez, é o lado pessoal do criador em sua criatura. Para mim, esta foi a alternativa do perfumista em oferecer algo nos moldes clássicos de um Acqua di Parma, com preço de Nº4711 Original Eau de Cologne, através de independência criativa.
Meu único problema é com a relação ao nome do produto: eu não consigo, de forma alguma, conectar a cor azul ao que a fragrância me traz. Para tal, seria preciso muito mais teor marinho, com algum toque frutado e uma pitada de madeiras no fundo. Cologne Vert faria mais sentido, na minha opinião.
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acho que você foi feliz em citar Aqua di Parma como referencia ao Cologne Bleue. não que eu ache o cheiro parecido, mas a estrutura olfativa e a qualidade dos ingredientes, com um aspecto orgânico, aproxima esse perfume das maravilhosas colonias Italianas. na pele o desempenho foi bem bacana, projeção moderada, tipo 2 horas, mas não expansivo, e fixação excelente, 10 horas, e nesse aspecto o Condé superou com folga a Aqua di Parma. Acho que Cologne Bleue merece todo o reconhecimento pois é um perfume muito bom, com um custo beneficio excelente também, e pode ser um perfume assinatura, pra quem busca esse tipo de situação, não é o meu caso, gosto de variar bastante meus perfumes.
Opa, muito obrigado Alécio. Vou dar um toque no pessoal da Condé Parfum para lerem teus feedbacks!
Eu sou muito suspeito para falar da Conde Parfum, pois tudo que é criado pelo Fábio eu gosto muito. O Cologne Blue era tudo que eu estava querendo e digo que na minha pele a fixação, bem como a projeção foram boas. Parabéns pela resenha. Gosto e admiro muito o seu trabalho.
Obrigado Fábio.
Estava procurando mesmo alguém pra falar sobre esse perfume. Muito Obrigado. E sempre procuro aqui, tem muita informação!
Obrigado Renan.
Receber esse tipo de feedback aqui no blog ou nas redes sociais do Perfumart é muito importante, pois muitos se esquecem e comentam apenas nos grupos do Facebook e nem todo mundo tem acesso.