O perfumista Jean-Claude Ellena usa as viagens como inspiração, um estado de espírito. É possível perceber isto em diversas fragrâncias da Casa Hermès.
Nesta fragrância, existe algo localizado entre a paz e a liberdade, representadas na campanha publicitária pelo encontro entre a pomba branca e o cavalo selvagem, que corre por diversas paisagens. Dizem que o frasco foi inspirado em uma lupa de bolso, com seu recipiente em alumínio, mas eu possuo outra percepção, pois só consigo enxergar a modernidade dos pendrives USB que são vendidos neste mesmo estilo. O lado high-tech fala mais alto neste momento, embora ambos sejam portáteis e feitos para carregar em viagens. Mera coincidência.
Conta com notas cítricas (limão amalfi) e especiaradas (gengibre, cardamomo e coentro), na saída; notas verdes, Hedione (composto químico que possui nuances florais) e chá, no coração; notas amadeiradas e almiscaradas, reforçadas pela presença do Iso E Super (molécula química que possui nuances de cedro, vetiver, aroma cristalino e levemente ambarado), na base.
É mais uma fragrância unissex e as experiências demonstram resultados diversificados, principalmente, na pele das mulheres. Na minha pele, possui uma saída bem cítrica, que evolui apenas para um aroma mais sintético e de aspecto soapy (cheiro de limpeza, também conhecido como saponáceo). Já vi muitas comparações com o Déclaration, de Cartier, mas não concordo, porque o resultado de ambos, pelo menos em mim, não tem nada de parecido. Na minha percepção, lembra mais o estilo elegante e simples de Bvlgari Pour Homme.
Projeta muito pouco, mas dura uma eternidade. Enxergo esta fragrância como um curinga para os dias mais quentes, pois pode ser usada sem medo e em diversas ocasiões.
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