Fiquei muito honrado ao receber o pedido para demonstrar o meu ponto de vista masculino acerca deste perfume da Dior, que é novidade na lojas brasileiras, e mais um sucesso de vendas nos últimos tempos. Mas o que torna J’adore Voile de Parfum tão especial? Qual a diferença para o tradicional? Será que vale a pena ter esta versão?
Bem, para começar é preciso reafirmar que toda a linha J’adore alcançou reconhecimento mundial, merecidamente, diga-se de passagem. Desde o lançamento da versão EDP, em 1999, esta fragrância vem sofrendo pequenas variações que são apenas novas facetas de um mesmo modelo de sucesso, que marcou e continuará marcando gerações.
A versão original (EDP) trazia uma gama de flores e frutas na sua composição, como magnólia, pêssego, pera, ameixa, tuberosa, frésia, orquídeas, jasmim, amoras, baunilha, cedro, etc. Um estouro de feminilidade! Foi inspirada nos buquês que acompanham os ritos de passagem, como casamentos e batizados, por exemplo.
Entretanto, algumas fãs do perfume sentiram necessidade de uma versão mais suave para ser usada em qualquer ocasião. Então, em 2002, a Dior resolveu atender ao apelo do seu público e lançou a versão EDT de J’adore. Desta vez, com menos presença de frutas, apenas com um prenúncio de cítricos, mandarina e néroli na sua saída e com um buquê floral mais balanceado no coração. Na base, a mesma baunilha, acompanhada por notas de almíscar e ameixas. Mais um sucesso de vendas e crítica, esta versão foi aclamada como uma versão mais brilhante e jovial de sua antecessora, se tornando a assinatura de várias mulheres ao redor do mundo. Depois desta, muitas outras vieram. Pesquisando, consegui contabilizar 16 versões ao todo.
É chegada a hora de falarmos sobre esta nova versão, a “filha mais nova” de uma história que muitos acreditavam que não tinha mais nada a acrescentar ou inovar: J’adore Voile de Parfum, que traduzindo significa véu de perfume. Este nome tem uma explicação: foi criado um vaporizador especial para este frasco, que não espirra o perfume na pele em borrifadas, mas que cria uma névoa, um verdadeiro véu perfumado sobre a pele.
A fragrância traz uma composição mais simples, com uma nota básica para cada etapa da pirâmide olfativa: na cabeça, rosa damascena; no coração, íris da Toscana e na base, almíscar branco. O resultado é uma fragrância sensual, que durante a sua primeira hora de aplicação é bem floral, criando um elo de ligação com toda a história contada pela linha J’adore ao longo dos anos. Em seguida, surge o tom terroso da íris que, balanceada pelo almíscar da base, transmite uma sensação levemente atalcada à composição. É extremamente mais leve do que a versão original, mas a qualidade e o DNA da Dior continuam presentes nesta fragrância, como deve acontecer com qualquer filho legítimo que carrega os genes de seus pais. Particularmente, eu admiro muito esta característica no que diz respeito às diversas versões de uma mesma fragrância, pois demonstra preocupação com a fidelidade de seu público e que não se trata, apenas, de mais uma jogada de marketing para vender. A fixação na minha pele (lembrando que na pele feminina a química tende a ser outra) foi de cerca de sete horas.
Consigo imaginar J’adore Voile de Parfum exalando todas as vezes em que o vento soprar os cabelos femininos, ainda que depois de um longo dia de trabalho. Belíssimo perfume, por dentro e por fora!
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Amei a descrição! Sou suspeito para falar do J adore.