Hôtel de Ville 193 é de 2021 e faz parte das fragrâncias criadas para o público masculino. O perfumista responsável pela sua fragrância foi Fabrice Pellegrin, que já criou para marcas como Agonist, Azzaro, Boucheron, By Kilian, Jean Paul Gaultier, Diptyque etc., além das fragrâncias de Madeleine 862 e L’Amour-Esse 142, também da O.U.i.
O conceito criativo partiu do local que funciona como a Sede Municipal de Paris, anteriormente chamada Place de Grève, que faz parte de movimentos históricos e foi rebatizada como Place de l’Hôtel de Ville, no dia 19/03/1803. Daí, seu nome e o numeral que o acompanha.
O perfumista conta que a inspiração para criar esta fragrância foi o homem parisiense que caminha pelos locais típicos de Paris, vestido de forma elegante e deixando um rastro por onde passa. A intenção foi criar um fougère com elementos mais modernos e, por isso, ao invés de trabalhar com a lavanda, decidiu explorar a sálvia, que também está presente no acorde L’Essence de Grasse.
A composição lista notas de bergamota, cardamomo e toranja, no topo; Sálvia, gerânio e pimenta preta, no corpo; Cedro, vetiver do Haiti e Patchouli, na base. Mas Fabrice também usou pera, gengibre e musgo. E como resultado, mais do que um fougère, Hôtel de Ville 193 é aromático e cheio de frescor.
Na pele, a fragrância abre de forma cítrica e verde, combinando com a coloração do frasco. Toranja e gengibre exalam com primor, enquanto as notas de cardamomo e pimenta se complementam, prolongando o efeito picante por mais tempo. O gerânio tenta trazer seu lado mais floral e mentolado, bastante explorado em criações aromáticas com subfamília floral ou almiscarada. Mas, desta vez, a sálvia é o ingrediente-chave da fórmula e o perfumista explorou, ao máximo, suas facetas mais leves de chá.
A fragrância se mostra linear na minha pele, mas a verdade é que a evolução é muito sutil. E depois de um tempo, o vetiver se revela como a sólida fundação da pirâmide olfativa. Sem dúvidas, um acerto para o público masculino, não só pela qualidade, mas pela versatilidade que oferece.
Antes de encerrar, acho válido comentar sobre as diversas comparações feitas entre este perfume e o Aventus (Creed). Particularmente, não sinto essa semelhança toda, uma vez que este último tem abertura mais frutada, com abacaxi bem perceptível e secagem incensada. As comparações teriam mais sentido, na minha opinião, se fossem feitas com o flanker Aventus Cologne, que é bem mais cítrico e menos esfumaçado. Ainda assim, Hôtel de Ville 193 consegue exalar mais, projetando com mais impacto.
Se serve de conselho, tente experimentar em uma loja e você, talvez, irá encontrar seu próximo perfume assinatura.
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