PARADIS ROUGE, DE O.U.i

Paradis Rouge faz parte das fragrâncias de O.U.i que visam alcançar o público feminino e foi lançada como uma Edição Especial inspirada no maior ícone de Paris, a Torre Eiffel. O perfumista responsável pela sua fragrância foi Fabrice Pellegrin, que já criou para marcas como Agonist, Azzaro, Boucheron, By Kilian, Jean Paul Gaultier, Diptyque etc. e também está por trás das fragrâncias de L’Amour-Esse 142, Madeleine 862 e Hôtel de Ville 193 para a marca O.U.i.

O conceito criativo aborda a ideia do paraíso parisiense, que é retratado pela imponência da construção, bem como pela forte iluminação à noite, que atrai visitantes de todo o mundo para o extenso gramado do Champ des Mars, o jardim aos pés da Torre Eiffel.

A fragrância de Paradis Rouge combina notas de cardamomo, no topo; rosa damascena, no corpo, e sândalo, no fundo. É classificada como floral-especiada e vale lembrar que carrega um percentual do “L’Essence de Grasse”, que vem a ser um ingrediente presente em todas as criações da marca, explorando as colheitas de rosa, sálvia, lavanda, mimosa e folhas de violetas, nativas do sul da França, conhecidas como as Cinco Colheitas Excepcionais.

Na prática, Paradis Rouge é uma daquelas composições que parecem fáceis de analisar, tamanha simplicidade de sua pirâmide olfativa, mas acaba se provando complexa. Aliás, não me parece uma criação de Fabrice Pellegrin, cuja assinatura fica mais perceptível em suas outras fragrâncias femininas de O.U.i. Nesta, a estrutura de cardamomo + flor + base cremosa, me faz pensar em Marie Salamagne, mas isso é apenas um detalhe que decidi compartilhar.

Na pele, Paradis Rouge é um floral cremoso, com muita presença da rosa – sem nuances atalcadas ou metalizadas em excesso – e um sândalo encorpado, que revela uma secagem bastante leitosa. Na saída, se as borrifadas forem generosas, o lado mais límpido (e ardido) da rosa vai aparecer, mas nada que altere o resultado. E o cardamomo não é tão picante como se pensa, mas trouxe uma faceta resinosa e quente.

Paradis Rouge incorpora elegância e, ao mesmo tempo, uma característica maleável, que combina com aquelas mulheres fáceis, de conversas diretas, sorrisos sinceros e zero artimanhas, sabe? O famoso tipo “easy going” que, diga-se de passagem, os homens adoram, não importa o tipo de relacionamento.

Na minha pele, perdeu muito da projeção inicial, mas a durabilidade não foi comprometida. Comparando com as demais fragrâncias femininas da marca, que já foram lançadas até o momento, esta me parece a mais fácil de agradar a um número maior de consumidoras. É chique, exala qualidade e não traz surpresas ao longo do caminho.

E por ser uma Edição Especial, além de trazer uma ilustração da Torre Eiffel na lateral da caixa, o frasco ganhou pintura em vermelho-rubi, que contrasta com os acabamentos dourados e reforça os códigos de luxo. O belo design de Thierry de Baschmakoff foi mantido, respeitando a identidade visual.

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Cassiano Silva

BORRIFANDO CONHECIMENTO HÁ ANOS. Crítico de fragrâncias, jurado de premiações nacionais nas categorias de perfumaria fina e cosméticos masculinos, além de consultor particular de estilo em fragrâncias e criador do Perfumart, maior blog especializado no assunto.

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