212 VIP Black Extra foi lançado em fevereiro de 2019, juntamente com a versão feminina 212 VIP Rosé Extra, esta última flanker da versão lançada em 2014.
O universo VIP de Carolina Herrera começou em 2010 com a versão feminina, seguida pela fragrância masculina, em 2011. Depois delas, várias versões – incluindo edições limitadas – foram lançadas. O conceito de festas privadas e lista VIP de convidados continua e, desta vez, o foco foi prestar homenagem às noites de Voguing, estilo muito popular nos bailes dos anos 70, na cidade de Nova Iorque, e que conta uma história de atitude e diferença, combinando com a da fundadora da grife.
Ainda falando sobre Voguing, o vídeo da campanha publicitária mostra, como pano de fundo, um pouco desse estilo. Mas se você quer entender a raiz do movimento, sugiro assistir à série Pose, lançada em 2018 pela emissora FX.
212 VIP Black Extra é resultado do trabalho conjunto de Carlos Benaim e Juliette Karagueusoglou. Sua fragrância traz notas de toranja e acorde de cuba-libre (rum e cola), no topo da pirâmide olfativa, gerando um acorde cítrico e alcoólico. Então, o corpo vem com notas de couro negro e lavanda, além do toque de musgos, criando um acorde fougère. Por fim, a base possui notas de cacau e almíscar, resultando em um acorde quase gourmand.
212 VIP Black Extra carrega bem o título de flanker, mantendo o DNA do antecessor. Mas peca em um aspecto: como ambas as versões são Eau de Parfum, fica mais difícil notar uma diferença significativa, como nos casos em que a variação, normalmente EDP, é lançada tempos depois da original, normalmente EDT. Um outro ponto negativo, na minha opinião, é a continuidade insistente de uma assinatura olfativa que se manteve nos últimos tempos e que, por mais que venda, não pode se garantir somente na demanda que os termos “edição limitada” trazem.
Com relação à fragrância, 212 VIP Black Extra possui uma abertura muito similar à da versão anterior, mas parece mais domada. Entretanto, em poucos minutos, é mais fácil notar as diferenças entre o acorde anisado de antes e o acorde de cola da versão atual. Se você já cheirou a tampa plástica de rosca de um refrigerante de cola (não irei citar nomes ou marcas), que foi esquecida sobre a mesa depois de um tempo, irá identificar o mesmo cheiro no combo inicial deste perfume.
Com o passar do tempo, esta versão se torna mais densa e sensual, graças ao couro. Mais uma vez, a lavanda parece ter entrado apenas para trazer uma faceta aromática, muito comum aos perfumes masculinos, mas nada que mereça grande destaque. E por falar nisso, o cacau foi a grande sacada na criação desta fragrância. Mas fiquem atentos: não esperem encontrar algo no estilo de Kokorico, de Gaultier.
Resumindo, achei as fragrâncias parecidas, mas com um pequeno diferencial evolutivo: ambas são voltadas para uso noturno, porém, a versão de 2017 é mais atrativa para noites quentes, enquanto a versão de 2019 cai melhor em noites frias. Ainda assim, ratifico o que falei antes e enquadro este perfume na categoria dos sem inovação. É como diz a frase: “é preciso saber a hora de parar”.
O frasco manteve a identidade visual e ganhou um gradiente na cor titânio, mas deixou de lado a inscrição metálica frontal que, particularmente, gostaria que tivessem mantido.
Se me perguntarem qual a minha escolha para quem não conhece ambas as versões e só tem condições financeiras de comprar uma, eu diria 212 VIP Black. Mas no momento, minha ansiedade me faz torcer por algo completamente distinto em um próximo lançamento da linha. Só me resta aguardar…
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ou seja, é um flanker do flanker do flanker do 212 men
Bela analise
Obrigado.